domingo, 24 de outubro de 2010

Urso Polar no Outono















O Outono chegou.
O outono do lado de cá é diferente. É mais frio, contudo tem muita cor.
As árvores têm cores que eu jamais vi. Em uma só árvore você consegue ver quatro ou mais cores.
O outono aqui salta aos olhos.
O dia é claro, frio e colorido e as pessoas forçadamente ficam mais próximas, pois todas querem ficar no calor dos lugares, no aconchego das frias paredes.
Como sempre, e vocês já sabem, eu transfiro tudo o que vejo para o meu mundo particular.
Posso parecer uma "pessoa de outro mundo", um "extraterrestre", ou quem sabe uma pessoa "extra ordinária". Esta sou eu.
Eu me sinto hoje como o outono. Sinto frio. Um frio que jamais senti, um frio que gela o coração, que petrifica. Um frio de solidão, de vazio no peito. Eu sinto frio e busco me aquecer de alguma forma. Os meus sentimentos me ajudam a esquentar a alma. E escrever é uma forma de fazer dos meus pensamentos uma lareira. Mas, ao mesmo tempo em que eu vejo o dia mais claro e vejo mais cores ao redor eu não consigo ver cores em mim.
Talvez hoje eu seja uma árvore de outono, que vai perdendo suas folhas e vai se desnudando dia a dia. As folhas caem do meu tronco como se fossem peles e máscaras, me deixando exposta ainda mais ao frio. As folhas deveriam me aquecer não?
Mas o outono é cruel com as árvores. Suas folhas não resistem ao frio, e se ela for suficientemente forte sobreviverá ao inverno completamente despida, entregue, de cara lavada.
As folhas podem adubar a terra que fortalece meu tronco, mas quem vai me aquecer? Terei de ser forte para resistir ao outono e continuar viva até o inverno passar.
O outono é um cinema diário da vida. Cada dia é diferente apesar das semelhanças. Todos os dias as cores mudam mais, até que um dia não exista cor nenhuma.
Espera aí. Pode ser o contrário!
Pode ser que um dia todas as cores se fundem em uma só cor. Branco!
O que será do meu tronco quando ele estiver branco?
Eu não quero a pureza do branco simplesmente, eu quero sua suavidade e sua verdadeira essência. Eu quero ser branco, mas de acordo com o real contexto do branco, ou seja, a união de todas as cores.
Vou esperar o outono passar. Vou ver o inverno chegar. E vou tentar fazer do branco um arco íris.
Eu queria um urso branco no meu inverno branco.
Eu queria um urso polar. Eu queria o calor da sua pele, o calor da vida, o calor do amor.
EU TE AMO MEU URSO POLAR.
EU TE AMO MEU URSO BRANCO.

8 comentários:

Unknown disse...

Texto lindo! Me emocionou! Mas sinto muitas entrelinhas... Tudo bem com vc?!

pajaroloko disse...

Lindo texto, Mas algo triste, animo minha amiga.

Unknown disse...

Querida amiga, pense que o outono também nos remete a renovação e o inverno a recolhimento e observação...aproveite a temporada e as dicas que a natureza te da!! Você tem o olhar bastante limpo para perceber tudo ao seu redor, mas principalmente se perceba!! Bjim

Marcileny Maia disse...

Ei amiga linda, saudadona! Sempre passando aqui para me sentir abraçada e compreendida. Eu sei que tudo está valendo a pena, é crescimento! Deus a proteja sempre! Marcy

Anônimo disse...

Querida filha!
A cada dia que passa você me surpreende mais, não só pelos belos textos como pela sensibilidade mostrada neles.Sinto que vêem de dentro. Não ficarei surpresa se sua ida para aí não será para nascimento de uma grande escritora. Estou acreditando nisto.
São nestes momentos de quietude e solidão que nossos sentimentos se afloram, aproveite, e não se esqueça que tudo passa, daqui a pouco estará de volta para nós.
Te amo, Mãe

Pollyanna Melo disse...

Mae eu te amo muito.
Eu gostaria de poder escrever esse sentimento de uma forma mais poetica, mas e tao simples e profundo o sentimento que nao encontrei ate hoje outra forma de dizer-te!

Madeimoselle Clotilde disse...

Poly, seu textos, como sempre, maravilhosos!
Tô meio assim também, vivendo um teimoso outono à espera de um urso... rsrsrsrsr
Saudade!

RAFA LEMES disse...

Lindo texto, me edentifiquei muito com ele, na maioria do tempo me sinto exatamente assim.