terça-feira, 12 de abril de 2011

AQUI VOCÊ DEIXA!!!: Voo denso

AQUI VOCÊ DEIXA!!!: Voo denso

Voo denso


Bola de sabão soprada ao vento. Voo para qualquer lugar que o vento me conduzir, nada está mais sobre o meu controle, larguei mão de querer controlar tudo, ainda mais querer controlar o "vento". Loucura isso.
Desisti de deter qualquer movimento duvidoso. Resolvi deslizar nas ondas cálidas e amenas.
Os voos são excessivamente destemidos.
Em algumas circunstâncias voo até as alturas. Aspiro novos ares, vou em dimensões jamais vivenciadas por mim. Tudo ao redor parece embebido de paz, bem estar, contentamento. A luz é clara e invade toda a consistência de minha existência. O cheiro é de flor, de sol batendo na água de chuva que acabou de refrescar o dia tórrido. A brisa abranda o voo, toda a extensão indefinida do caminho é suavizada com a sugestão íntima experimentada. Eu cerro os olhos com o apetite de apreciar excessivamente o ápice do momento com a única e simples intenção de nutrir a imaginação. Voo perigoso, sagaz, valente e destemido. Voo pleno de calor.
Outras situações já fazem do voo dar ares de derrota. Voo livre, queda, culpa, pecado. São atrevidos, altivos e irrequieto. Saltam no ar em queda livre, desafiam a lei da gravidade, contesta a existência do limite do real e do abstrato. Por pouco toca o chão. Bola de sabão.
O aroma é de poeira, de chão árido, vida seca, rota, massacrada. E o vento sopra de novo, bola de sabão.
Novo instante, notícia diferente, levantar voo, e a mente voa, desliga em pensamento. Refresca a alma, e aquece o coração. Brilho nos olhos, lágrima, canção. A imaginação não paira no ar, corre, desaparece no vento, esquece. Fantasia, contentamento, satisfação.
Voa alto, voa longe , voa , voa, bola de sabão.