sábado, 19 de fevereiro de 2011

...À FLOR DA PELE...

Minha pele tem cheiro, um cheiro único, exclusivo, excêntrico, meu. Porque o cheiro da pele muitas vezes é pouco explorado? A essa essência da pele, essa exclusividade é um campo vasto a se percorrer.
A pele pode ser pouco explorada por alguns, ou por muitos, mas por mim, hum...isso não é verdade. Sou uma desbravadora de peles...brincadeira.
Brincadeiras a parte, ou á pele...rsrsrsrrs.
Mas agora, sem brincadeira nenhuma e com muita pele.
Eu acredito que a pele é o receptor da mensagem mais profunda que transmite todos os sentimentos efêmeros de forma mais rasa, rápida e sem controle.
Quando se sente na pele uma emoção, você não domina, você é dominado. Você se cala e aceita, você se deixa levar, você é como um cavalo que segue o caminho conforme o cavalheiro leva a rédia. Infelizmente a pele fala por você e não tem como se negar nada, porque a transpiração grita, o coração dispara, o arrepio se instala.
A pele. É preciso pensar mais na pele. Proteger do sol, do calor, dos dias frios de inverno que a queimam como se fossem brasa. A pele. É preciso protegê-la da fumaça dos carros, da água quente do chuveiro, da toalha que arranha.
A pele.
A pele protege, mas precisa de proteção também.
A pele mostra seus anos de vida, seus segredos que muitas vezes você se esforça em esconder, mostra suas loucuras a ouvir a vaidade, mostra o desejo de querer parecer mais jovem.
A pele fala por si. Brilha quando se está nervosa, porque se transpira como se estivesse em uma sauna.
A pele fica pálida quando se assusta, quando se surpreende, a palavra some da boca, os pensamentos correm ao vento e a cabeça roda como se estivesse em uma roda gigante.
A pele fica vermelha, quando se tem vergonha de si mesma ou quando perde o juízo. Quando se expõe ao sol em excesso como se fosse roupa molhada presa no varal.
A pele fica roxa, quando de um súbido qualquer você se esbarra em algum móvel da casa, ou quando suas emoções já não tem mais para onde correr e brotam em sua pele como lírios de primavera.
A pele fica quente quando se tem febre, febre de gripe, de dor de garganta, febre de amor também.
A pele fica fria quando a pressão abaixa, quando se tem medo de contar alguma coisa que se sente, quando se tem vontade demais em realizar algo e a ansiedade é mais forte que o desejo.
A pele com o tempo se enrijece ou fica flácida. Em cada parte do corpo a reação é diferente. A pele que está sempre a mostra, que recebe todo o calor, todo o frio, com o tempo fica rígida como uma pedra, vai perdendo um pouco seus sentidos, vai perdendo um pouco a razão.
A pele que se esconde, que se protege com mais frequência com o tempo amolece, fica boba, não te obedece mais.
A pele com o tempo assina sua declaração de óbito, pede socorro, clama por ajuda.
A pele com o passar dos dias quer sentir o que já sentiu, quer reviver, transpirar de novo como adolescente, quer sorrir para vida como se ainda tivesse dente.
A pele precisa de loção, de massagem , de dosagens medidas de sol, calor e frio.
Ela pode dependendo de seu esforço se regenerar, mudar de roupa, revivificar. A pele necessita de ar, de acalento, de roupa confortável, de aconhego. A pele precisa de banho com água natural das cachoeiras.
A pele precisa de toque, de afago de outra pele colada na pele.
A pele precisa respirar.